sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Lula defende WikiLeaks: "quem divulga não é culpado"


Em um evento de balanço do PAC, o presidente Lula prestou solidariedade a Julian Assange, fundador do Wikileaks – grupo que publica documentos secretos de Estados –, que foi preso recentemente na Inglaterra. Apesar das acusações de “crime sexual” na Suécia, a prisão tem claro caráter de perseguição política. Lula criticou não ter visto até o momento nenhum protesto contra este atentado à liberdade de expressão, e cobrou mais atitude dos órgãos de imprensa – tão acostumados a levantar esta bandeira. – Presidente Lula, temos uma impressa manipulada que trabalha aliada a políticos e instituições que por sua vez têm interesse em ocultar alguns, na verdade muitos, acontecimentos.
No Brasil, há entidades e veículos de plantão que se autoproclamam os zeladores e defensores da liberdade de expressão. Até agora nenhum destes manifestou apoio a Julian Assange ou fez críticas à sua prisão, que tem uma conotação claramente política e de ameaça ao seu trabalho, de divulgação de documentos antes secreto – ação totalmente legal.

Este caso explicita duas contradições sempre presentes e mostra a relativização de alguns valores: a democracia para os EUA só é válida quando é de seu interesse e não represente uma ameaça; já a liberdade de expressão/de imprensa, só é defendida para os grupos alinhados ao poder, os outros que tenham cuidado com o que falam.


WikiLeaks: Lula "cacarejou" sobre clima, dizem EUA

Novos documentos do site WikiLeaks mostram críticas dos diplomatas americanos à atitude brasileira nas negociações internacionais do clima. Os telegramas foram escritos entre 2008 e 2010. Em um deles, o suposto protagonismo brasileiro na cúpula do clima de Copenhague, no final de 2009, é ironizado. Segundo a diplomata Lisa Kubiske, "Lula cacarejou" suas conquistas ambientais e sua capacidade de costurar um acordo. Para os EUA, o Brasil teria assumido uma imagem exagerada de "herói" e "cavaleiro branco". As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Os documentos mostram a estratégia dos EUA para atrair o apoio brasileiro para suas propostas. O país pretendia enfraquecer o Itamaraty em favor do MMA (Ministério do Meio Ambiente). Isso porque se, por um lado, os diplomatas brasileiros eram contra a ideia de que países em desenvolvimento assumissem metas de redução de emissões de CO2, o MMA defendia que todas as nações dividissem a responsabilidade pelos cortes.

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