quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Assange se diz preocupado com possível extradição aos EUA

"É bom sentir o ar fresco de Londres
 novamente", afirmou Julian Assange ao
ser libertado sob fiança.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, acusado pela Suécia por supostos crimes sexuais, se declarou "preocupado" nesta quinta-feira (16) com uma eventual extradição aos Estados Unidos, país onde cresce a indignação pelas revelações feitas no site especializado em divulgação de despachos diplomáticos.
"Há muito mais preocupação de que eu seja extraditado aos Estados Unidos", disse Assange a jornalistas, após recuperar a liberdade sob fiança por decisão de um juiz que rejeitou um recurso apresentado pelos advogados que representam os interesses da Suécia no processo de extradição para este país.
"Há um rumor hoje (quinta-feira), segundo meu advogado nos Estados Unidos, que ainda não está confirmado, de que haveria uma acusação formal apresentada contra mim no país", acrescentou Assange.
As autoridades americanas ameaçaram em várias ocasiões levar o fundador do WikiLeaks à Justiça pela difusão de 250 mil telegramas comprometedores do Departamento de Estado e de suas embaixadas no mundo.
Os advogados de Assange têm denunciado, desde o princípio do caso, as motivações políticas que, segundo eles, estão por trás da solicitação de extradição da Suécia, que temem que seja apenas uma etapa para a posterior entrega de seu cliente aos Estados Unidos

Liberdade sob fiança

Assange ganhou liberdade após pagamento de fiança, nesta quinta-feira (16), em Londres, no caso de supostos crimes sexuais pelos quais é acusado na Suécia, sem ligação com o site WikiLeaks. "É bom sentir o ar fresco de Londres novamente", afirmou Assange, ao deixar a Suprema Corte.
Na última terça-feira (14), um juiz britânico já havia autorizado a liberdade condicional para Assange, mas a decisão foi adiada devido a um recurso apresentado pelos advogados que representam o governo da Suécia.
Na audiência de hoje, Gemma Lindfield, representando as autoridades suecas, disse ao juizque havia um "risco real" de Assange deixar o país devido ao seu estilo de vida "nômade" e às possibilidade de se esconder com a ajuda dos adeptos do WikiLeaks "neste país e no exterior". Mas, segundo a rede de notícias "Sky News", o juiz reconheceu que Assange temcooperado com as autoridades suecas com relação às acusações. "Essa não é a conduta de uma pessoa que está tentando escapar da Justiça", disse o juiz.
Ao deixar a Corte, Assange agradeceu todas as pessoas que confiam nele, e agradeceu seus advogados e àqueles que se tornaram fiadores de sua liberdade condicional. "Pretendo continuar meu trabalho e continuar a manifestar minha inocência neste caso", acrescentou.
Além do pagamento da fiança, Assange teve de entregar seu passaporte para a polícia e será monitorado através de uma etiqueta eletrônica. Ele será levado para uma mansão em Suffolk, no sudeste da Inglaterra, que foi disponibilizado por um amigo jornalista.
Apesar das restrições, o tempo de Assange na mansão será bem diferente de sua permanência na prisão vitoriana de Wandsworth, onde estava detido. Com dez camas e 240 hectares de área privada perto da cidade de Bungay, norte de Suffolk, a mansão Ellingham Hall tem lago próprio, uma fazenda de orgânicos e uma adega bem abastecida.
No dia 11 de janeiro de 2011, Assange deve comparecer à corte para uma nova audiência do processo.
Fonte: UOL
*Com agências internacionais

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